por Silvia Regina
Despertada de uma noite bem dormida, acordou sem sentir-se preguiçosa. Ouvia da janela um vento contínuo que uivava e uma chuva branda que caia.
Espreguiçou. Pensou no prazer da hora: tão cedo e tão tarde para os seus padrões. Ficou observando a luminosidade do quarto, escuro, mais ao mesmo tempo claro o suficiente para ver suas memórias do dia anterior bailando felizes, ainda, ali, no início do dia.
Eram doces as lembranças, arrochadas, cheiravam a vinho e palavras que nunca foram ditas. Eram dançantes, bastante trôpegas e engraçadas, oscilantes, desleixadas e úmidas.
Somente uma pergunta martelava sua testa: – O hálito da embriaguez carrega verdades ou mentiras?
Um trovão a estremeceu e a fez querer que toda a honestidade tivesse sido causada ali, naquele dia, pertencente a ela, vívido somente pelas picardias e os risos frouxos.
Aconchegada em suas boas sensações, virou para o lado e continuou atenta ao som da chuva, até voltar a dormir. Era tão cedo que sentiu-se no dever de continuar sonhando.
Superbonitinho. Adorei! bjins
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6h da manhã é hora de dormir, mesmo. E acredito que bêbados feliz ou infelizmente acabam falando a verdade. Leio todos os seus contos.
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